Reprodução: Coluna do Paulo Vinicius Coelho, Folha.com
Eram 6min do segundo
tempo, quando Dagoberto apareceu na cara do goleiro Neneca. Levantou a cabeça,
olhou para o gol e... chutou para fora! Por mais que o Barcelona mostre todos
os dias que é possível jogar bem sem centroavante, nem todo atacante é Messi e
nem todo time é o Barça.
O São Paulo pensou que podia jogar sem centroavante no
início do Paulistão. Teve uma dupla de ataque com Marlos e Dagoberto. Tocava a
bola lindamente, atacava em alta velocidade, mas, quando chegava à área,
faltava o artilheiro.
No Brasileirão, não faltará. A contratação de Luis Fabiano
dificulta a vida da revelação Willian José, bom centroavante de poucos gols.
Desde 2004, quando Luis Fabiano se foi, o São Paulo viveu bons e maus momentos,
nunca com um goleador como ele.
Em 2005, campeão mundial, seu artilheiro foi Rogério. Em
2007, o repórter André Plihal, da ESPN, fez uma observação a Aloísio sobre um
jogo em que o centroavante tinha arrebentado e feito gols. Ele falou:
"Prefiro quando não faço gols".
O São Paulo ganhou dois Brasileiros com Aloísio como
titular, mas faltava o pé que balança a rede. Com Luis Fabiano, não vai faltar.
A questão é que ele só entra em maio, quando o time se
concentrará em seu maior objetivo no ano, o Brasileiro. Até lá, Carpegiani
continuará mexendo mais que precisa. Ora com três zagueiros, ora no 4-2-3- -1,
ora com Willian José na frente, ora com o trio Lucas, Dagoberto e Fernandinho,
melhor opção enquanto o Luis Fabiano não vem.
Na infância, as palavras centroavante e artilheiro me
pareciam sinônimos. Não são. Em sete anos, o São Paulo teve artilheiros que não
eram centroavantes e centroavantes que não são artilheiros. No Brasileirão,
terá Luis Fabiano.
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