Reprodução: Folha.com
Rafael Reis
Com alterações heterodoxas, treinador consome todas as
substituições em 2011
Paulo César Carpegiani adora substituições. E, para ele,
mexer no time não é simplesmente trocar atletas de características semelhantes.
Entre os técnicos dos quatro grandes clubes do Estado, o
são-paulino é o que mais faz alterações pouco tradicionais durante a partida.
Em metade das substituições desta temporada, o treinador
tirou um jogador de uma posição para pôr em campo um atleta de outra.
Luiz Felipe Scolari (Palmeiras), Tite (Corinthians) e
Marcelo Martelotte (Santos) fazem pelo menos 10% a mais de trocas na linha
"seis por meia dúzia" do que o sempre ousado Carpegiani.
O treinador são-paulino não costuma perder nenhuma chance de
alterar sua equipe. Ele gastou as três substituições possíveis em todos os 18
jogos de 2011.
"Perdendo a gente tem que mexer, né? Já quando estou
ganhando a partida, gosto de pôr todo mundo em campo, para rodar o
elenco", declarou Carpegiani.
Entre as 54 mexidas efetuadas pelo treinador nesta
temporada, praticamente todas as opções foram exploradas. Desde as mais
tradicionais, como trocar um meia por um atacante, até as pouco usuais, como
tirar um lateral para pôr um volante.
Foi o que Carpegiani fez na derrota por 1 a 0 para o Santa
Cruz, quarta, pela Copa do Brasil. Atrás no marcador, sacou Juan no intervalo
para colocar Carlinhos Paraíba. A substituição obrigou o zagueiro Miranda a
atuar improvisado na lateral esquerda em alguns momentos.
Na tentativa de reverter o placar, ele trocou ainda o
volante Rodrigo Souto pelo meia-atacante Marlos e o armador Rivaldo por
Ilsinho, lateral direito de origem que joga quase como ponta hoje.
"Não troco muito lateral por lateral. Mas o que eu faço
tem fundamento. É só prestar atenção", garantiu o treinador do clube do
Morumbi.
Mesmo gastando as três alterações, terminou o jogo sem
nenhum centroavante, o que gerou uma alfinetada do zagueiro Alex Silva, que se
lançou para a área adversária nos minutos finais.
Ontem, admitiu que possivelmente tenha errado ao deixar o
atacante Willian José no banco de reservas durante toda a partida.
Curiosamente, Carpegiani não costuma pecar pela falta de ofensividade.
Mesmo quando o São Paulo está vencendo, não gosta de substituir para
"segurar o placar". Sua alteração mais comum do ano é a troca de um
volante por um meia-atacante.
Prefere ir à frente em busca de gols, mesmo que isso lhe
custe o resultado positivo.
Um comentário:
Deixando de lado as questões dele estar exagerando e/ou acertando nas substituições, eu prefiro um técnico que tenta mudar o time quando acha que as coisas não estão indo bem. Não aguento técnico que mantém jogador fazendo besteira e esquema que não está funcionando só para ficar na sua "zona de conforto".
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