Reprodução: Inteligência Estratégica
O Diretor de Marketing do Corinthians, PhD em Economia,
apesentou conta simples para demonstrar a viabilidade financeira do estádio que
o clube pretende construir em Itaquera. As contas continuam não fechando, com
buracos e suposições irrealistas.
Diz que a construção do estádio custará R$ 650 milhões, para
65 mil lugares. Será o valor mínimo, considerando os valores aplicados em
outros estádios de R$ 10 mil por assento. Para atender o jogo de abertura
deverá custar mais, dadas as exigências da FIFA em relação ao entorno imediato.
Sao 80 mil m2, extensão superior ao terreno cedido ao clube.
Desse total R$ 400 milhões viriam de um financiamento do
BNDES, dentro do teto definido no programa para a Copa. Do qual foi efetivado
até agora apenas um caso, o de Pernambuco, com um modelo similiar ao que poderá
ser aplicado ao Corinthians. Um empréstimo ponte para a construtora e o
financiamento após a conclusão da obra para o proprietário.
Para obter o financiamento de R$ 400 milhões, fora o
atendimento a um conjunto de exigências – inclusive a regularidade fiscal –
terá que aplicar com recursos próprios, mais R$ 100 milhões, pois o BNDES só
financia até 80% do empreendimento.
Para obter os R$ 250 milhões adicionais espera levantar
esses recursos através dos CIDs, mecanismo de incentivo fiscal criado pela
Prefeitura Municipal de São Paulo, ainda no tempo de Marta Suplicy e adotada
por Serra e Kassab.
Em 20 de fevereiro, quando foi anunciada a medida, colocamos
aqui um comentário sob o título: “CID, que bicho é esse?” explicando do que se
tratava e como iria funcionar. Já se passaram quase dois meses do anúncio que
até agora está apenas na intenção.
Com o investimento de R$ 650 milhões o Corinthians poderia
levantar cerca de R$ 400 milhões, valor mais que suficiente para completar os
investimentos. Diz LPR que irá levantar apenas os R$ 250 milhões faltantes além
do financiamento do BNDES. Como a colocação antecipada dos títulos envolve um
forte deságio, para ser interessante para o tomador, poderia até mesmo lançar
400 milhões e obter 250 milhões.
O CID permitirá ao tomador vender com deságio o título para
empreendedores – prestadores de serviços – que se instalem na mesma região de
Itaquera, para o pagamento do ISS, do IPTU ou do imposto sobre tranasmissão de
bens imobiliários.
Como esses empreendedores já terão outro incentivo que é a
redução do ISS, teriam que pagar apenas 2%. Ou seja, sem contar o deságio,
precisarão faturar R$ 12,5 bilhões de serviços ao longo de 5 anos, para poder
utilizar o benefício. Serão R$ 2,5 bilhões por ano de faturamento. Que
empreendimentos serão esses?
Quanto esses empreendedores terão que investir para futurar
os R$ 2,5 bilhões? Serão vinculados às atividades da arena?
Com um público médio de 50 mil por jogo (quando hoje é menor
que 20 mil) e um ingresso médio de R$ 50,00 (quando hoje é da ordem de R$
30,00) o faturamento médio por jogo, na nova arena, seria de R$ 2,5 milhões.
Superestimando tudo, com 50 jogos por ano, chegaria a R$ 125 milhões por ano.
Pagando o ISS mínimo de 2% o débito compensável seria de R$ 2,5 milhões. Só
para se ter idéia da distância entre as intenções e as perspectivas reais.
Não são meras opiniões. São dados e contas reais.
4 comentários:
Como eu já venho falando faz tempo ... eu só acredito no "Itaquerão", quando o árbitro der início ao jogo inaugural, com a arquibancada em volta do campo gramado ... infelizmente, o Corinthians nunca, em toda sua história, apresentou um projeto CONCRETO para a construção de um novo estádio ...
Geraldo
Guedex...sendo sincero..vc acha q esse estadio sai ou esta indo por agua abaixo?
Juliano, acho que sai sim.
Talvez não para a Copa mas agora acho sai.
Mas costumo errar minhas previsões....
Nessas horas é que vemos a seriedade de um país, os caras não tem DINHEIRO, PROJETO, TERRENO, mas mesmo assim todos acreditam que vai ser feito, de modo honesto e correto é que não.
Helder
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